Aqui estão algumas imagens da microzine impressa.
Fácil de fazer, mas o custo só compensa se imprimires em casa...
an environmentally friendly blog
- O Design tem como objectivo específico potenciar uma relação sustentável entre o homem e o habitat artificial ou natural;
- Todo o projecto de Design deve contemplar uma moral social como valor acrescido ao projecto e como garantia do bem;
Estando num curso recentemente adaptado ao Tratado de Bolonha, cujo um dos ideais principais é a complementaridade inter-disciplinar que potencie a aprendizagem dos alunos, decidi comentar estes dois pontos em parte ao abrigo de um projecto da cadeira de Design Gráfico.
Nessa disciplina encontro-me a desenvolver uma campanha de sensibilização ambiental dirigida à comunidade FBAUP, pelo que não só a campanha responde à unidade curricular, mas também a um desejo de diminuir a pegada ecológica da Faculdade de Belas-Artes da UP, com a esperança de que se possa expandir às casas de cada aluno, e que cada um contagie mais um.
Os designers, mais do que os artistas plásticos, têm uma profissão com uma grande pegada ecológica, e talvez assim se consiga compensar de alguma forma o mal que causamos ao ambiente, criando uma forma vida sustentável entre homem e habitat.
Os principais objectivos da campanha são:
- Criação de uma consciência mais preocupada e interessada no futuro do planeta;
Fotografia tirada na FBAUP
- Estimular a participação do estudante (que é o futuro) na melhoria da qualidade de vida;
- Contribuir para a adopção de hábitos e de práticas duradouras mais adequadas à vivência em sociedade;
É portanto clara nesta situação a moral social que se pretende vincar nos alunos da FBAUP, tendo em vista o melhor interesse do ambiente e, consequentemente, das gerações vindouras. O Design deve “Intervir no contexto social para o tornar mais simpático, humano, doméstico, habitável, tolerante e agradável.”*
Assim, achei que uma excelente base para comentar estas frases seria o Design Ambiental - ou Green Design.
Nos anos 1920, o norte-americano Richard Buckminster Fuller, definiu uma «ciência de design» capaz de conceber «o máximo com o mínimo», frase celebrizada por Mies Van Der Rohe de que a simplicidade e a clareza levam a um bom design (less is more). Contra a civilização do desperdício, Vitor Papanek, autor de "Design for a Real World" (1971) e de "Arquitectura e Design" (1995) foi quem primeiro estabeleceu a relação entre design e consciência ecológica.
Este design “verde” caracteriza-se por planear um artefacto tendo em conta o seu ciclo de vida, ou seja, o ciclo desde a matéria-prima até à decomposição do produto nos aterros ou lixeiras e o impacto ecológico deste percurso. Tenta portanto aumentar a duração do artefacto, minimizando o desperdício e o consumo de energia.
Assim, um bom artefacto de design protege os recursos naturais e o ambiente.
Felizmente, cada vez mais os consumidores são eco-conscientes e rejeitam produtos ecologicamente perigosos: as toneladas de papel branqueado com cloro, tintas tóxicas e a enorme quantidade de lixo que deriva dos processos de produção são da responsabilidade dos produtores mas ainda mais dos designer, que projectam os artefactos dessa forma. O design deve demonstrar consciência social e ambiental – Ecodesign. “Nós conceptualizamos projectos e desenvolvemos ideias para gerar sensações e reacções, tendo em conta aspectos funcionais, comunicativos e de produção naquilo que fazemos.”*
Para bem do planeta, hoje em dia é fácil ser “eco-friendly”. Vai-se pagar a conta da electricidade e traz-se um folheto com informações de como reduzir o consumo de energia e consequentemente reduzir também a factura (1). Vai-se a um posto de abastecimento de combustível, e traz-se igualmente um folheto com 10 dicas para reduzir o consumo de combustível (2). Posteriormente temos o detergente da roupa (3), eficaz e amigo do ambiente. E ainda há o Biosfera e o Desafio Verde, dois programas na RTP2 (4).
Para o produto ser um Eco-produto, deverá, além da estética, ter em conta o facto de ser durável e reciclável. Há já empresas que adoptam políticas do ambiente: no Packaging, alguns fabricantes de pipocas nos EUA usam o milho para produzir as embalagens em vez do poliestireno, tornando-as totalmente biodegradáveis (todo o material que após o seu uso pode ser decomposto pelos micro organismos habituais no meio ambiente).
Diminui-se assim o impacto das manufacturas do homem sobre o meio ambiente e o produto sustentável torna-se numa referência cultural da imagem dessas empresas – uma situação de ganho para todos.
O Design deve “Criar qualidade de vida e consciência ambiental através do uso de materiais alternativos e não poluentes.”*
Alguns materiais que são utilizados no design de produtos sustentáveis são: plástico, metal e borracha reciclados, papel sem ácidos, pigmentos sem metais pesados, papel reciclado sem cloro, entre outros.
Na indústria das tintas, a empresa Hoechst afirma que para produzir 100 quilos de corantes sintéticos resultam 600 quilos de lixo tóxico. A indústria gráfica inclui-se, em Portugal, entre os maiores produtores de lixo tóxico.
Como qualquer cidadão, e ainda mais porque o design começa ao lado do produtor, deve o designer ser responsável em relação às consequências ambientais dos projectos em que se envolve.
Devemos “Propor a semente da tranquilidade contra o caos” e
“Conservar posições éticas e críticas (e visões sobre o ambiente), ao que fazemos e nos é proposto.”*
Por outras palavras, o design não deve ameaçar a dignidade e integridade humana. A política dos 3 R’s é um conjunto de medidas básicas que visa minimizar os danos da poluição e do desperdício.
-Reduzir resíduos, reduzir no desperdício de materiais, reduzir no consumo de energia. Na área de produto e embalagem implica evitar volumes exagerados, utilizar menos material e sempre reciclável.
-Encarar sempre a possibilidade da reutilização dos produtos e embalagens. A reutilização de produtos e de materiais pode gerar novos produtos. Não utilizar materiais que possam causar danos ambientais e preferir sempre materiais que possam ser reutilizáveis e / ou recicláveis.
-Reciclar consiste em transformar material inutilizado novamente em material utilizável. Os produtores e os designers devem prever a reciclagem dos materiais utilizados nas mercadorias que produzem.
Em suma, este ponto do Manifesto Medelin ilustra perfeitamente o que é dito acima, de que nós Designers de Comunicação, devemos:
“Pôr o design ao serviço do desenvolvimento humano, para sensibilizar e educar o utilizador e consumidor do produto, e ajudar a desmanchar modelos culturais e estereotipados, isto é, fazer do design uma ferramenta pedagógica.”
Bibliografia:
(1) http://www.servicos.edp.pt/download/flash/simul_global.html#home
(2) http://www.savemorethanfuel.eu/
(3) http://www.skip.pt/main.php?peqpod=1
(4) http://tv.rtp.pt/EPG/tv/programas/index.php?tvcanal=8
http://fbaupgoinggreen.blogspot.com/ - suporte online do projecto de Design Gráfico
http://forum.cgartdomain.com/index.php?showtopic=5010&mode=threaded
* Traduzido e adaptado do Manifesto Medelin, de 26 de Abril de 2002, in Icogradahttp://zarp.blogspot.com/2005/07/manifesto-de-design-grfico.html
http://nautilus.fis.uc.pt/cec/designintro/facambi.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodegrad%C3%A1vel
http://cristinamoraisdesign.blogspot.com/
Nota: este ficheiro Word encontra-se com o fundo escuro pois é uma das medidas a tomar para gastar menos energia e poupar no orçamento e no ambiente. Além disto, poupa também a nossa visão, pois conseguimos trabalhar no computador durante mais horas sem prejudicar os nossos olhos. Por fim, está também provado que é relaxante utilizar um fundo azul-escuro.
Aqui vos mostro outra das formas que a minha campanha tomou. Uma microzine.
E para quem ainda não está familiarizado com o conceito, uma microzine é uma micro revista de baixo orçamento. Ou seja, com uma simples folha A4 conseguimos uma revista de 16 páginas. Impressionante, não?
Deixo-vos com algumas instruções para quem, como eu, queira transmitir informação a um baixo custo para o ambiente. E para o bolso.
http://skateandannoy.com/features/diy/microzines/
Numa larga maioria de 90 por cento, os trabalhadores europeus afirmam que têm consciência do impacto ecológico do gasto de papel, indica uma sondagem efectuada pela Iposos-Lexmark, em 13 países europeus.
No entanto, cada trabalhador imprime uma média de 31 páginas por dia, um número ligeiramente inferior relativamente ao obtido num estudo similar realizado em Fevereiro de 2006, em seis países europeus.
Os trabalhadores europeus põem mais facilmente em causa o comportamento dos outros do que o seu, havendo 55 por cento que afirma que muito papel é impresso inutilmente no seu local de trabalho mas apenas 27 por cento se considera responsável por esta situação."
"Dados preliminares do Instituto de Resíduos indicam que, no ano passado,Um dos posters realizados para a campanha
pouco mais de 11 por cento das embalagens de plástico deitadas para o
lixo foram recuperadas e transformadas em plástico novo ou outros
materiais. O mínimo, porém, deveria ser 15 por cento. Dos 15
Estados-membros mais antigos da União Europeia (UE), só a Grécia estará
em situação pior (ver gráfico).
Adoptada em 1994, a directiva europeia determinou que, até finais de
2001, pelo menos 25 por cento de todas as embalagens deitadas fora
fossem recicladas. Para cada material em particular - vidro, papel,
metais e plásticos - deveria haver um mínimo de 15 por cento de reciclagem.
Portugal, Irlanda e Grécia conseguiram uma derrogação da directiva até
ao fim de 2005. Para o vidro, o papel e o metal, Portugal saiu-se bem,
ultrapassando de longe os seus compromissos (ver gráfico). Mas para os
plásticos está aquém da meta e provavelmente não cumprirá a directiva.
"O plástico é sempre o mais problemático", afirma Luísa Pinheiro,
directora do Departamento de Planeamento e Relações Internacionais do
Instituto de Resíduos. "As outras fileiras têm uma tradição mais antiga
de recolha selectiva", completa.
Problema é dos consumidores?
De acordo com os números provisórios do Instituto de Resíduos, em 2005
foram para o lixo cerca de 355 mil toneladas de plásticos, como garrafas
de água, boiões de iogurte, sacos de supermercado ou embalagens
industriais. Só cerca de 40 mil toneladas foram recicladas.
A Sociedade Ponto Verde - a empresa que gere a reciclagem das embalagens
em nome da indústria - diz que o estrangulamento está do lado do
consumidor, "que ou não deposita as embalagens usadas nos equipamentos
de recolha selectiva apropriados ou utiliza algumas embalagens deste
material para outros fins que não a reciclagem", segundo uma resposta
escrita a perguntas do PÚBLICO.
Os plásticos que o cidadão coloca nos ecopontos contribuem com pouco
mais de metade da quantidade reciclada, segundo dados da Sociedade Ponto
Verde para o terceiro trimestre de 2005. O resto é retomado sobretudo no
comércio e serviços.
A Plastval, entidade ligada à valorização dos plásticos criada pelas
indústrias do sector, também entende que o problema está do lado do
consumidor. "Há capacidade de reciclagem no país", diz Rui Toscano,
dirigente da Plastval.
Portugal tem até Junho de 2007 para comunicar a Bruxelas os resultados
finais da reciclagem em 2005. Até 2011, o país tem de cumprir novas
metas de reciclagem, fixadas no ano passado pela União Europeia. Nos
plásticos, o valor mínimo será de 22,5 por cento."
-Criação de uma consciência mais preocupada e interessada no futuro do planeta;
- Estimular a participação do estudante (que é o futuro) na melhoria da qualidade de vida;
- Contribuir para a adopção de hábitos e de práticas duradouras mais adequadas à vivência em sociedade;